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Ribeiros

Também designada por Ribeiras, Ribeyros, Ripariis.

Não fugindo à regra das freguesias anteriormente descritas também ela é muito antiga e remonta a época antes da nossa fundação como Nação. E a história aponta-nos para que tivesse existido “de um forte ópido no território que hoje é o desta freguesia, sobre que depois viria alicerçar-se o vero castelo de Montelongo cabeça da” era ”medieva”. E a história refere-se-lhe portanto, “devia ser este castro, depois castelo, naturalmente, um centro notável de povoamento e repovoação com o que concorda ser a “villa” de Castro (ou Castro) em pleno Séc. XIII muito mais povoada do que qualquer das outras freguesias, a que esta “villa” pertencia.

A existência de populações pré-históricas não exige, pois, neste local outra documentação comprovativa: de modo que não surpreende que sejam antiquíssimos alguns topónimos”. E, de facto, apontemos alguns deles, dos mais salientes, evidentemente: Vila Chã e Vila Meã, que ascendem a estâncias rurais luso-romanas, Heroso, Aeroso (do latim hedesosu, abundância de heras); Lata, Verranci (propriedade rústica, local, antropónimo de um possessor que teria havido); Voltando ainda ao facto histórico, “as villas referidas devem ter-se originado da existência do castro: e o topónimo medieval Cima de Vila ter-se-á originado de uma “villa” principal e muito antiga, diferente na organização e superfície, da “villas” a que aludem os documentos até ao Séc. XII.

No primeiro período da Mnarquia, a paróquia era povoada por valeiros-vilãos (e talvez alguns jugueiros e, à certa, vários cabaneiros); mas nela existiam propriedades de fidalgos muito notáveis (notáveis tanto elas como eles), descendentes do nobiliário e histórico D. Gueda, “o Velho”, que é D. Gueda Mendes, prócer afonsino, que foi tenente ou governador desta Região (“terra” de Celorico de Basto, Montelongo, etc.) na primeira metade do Séc. XII, e que algumas heranças devia ter ajuntado “ganhanças” próprias nesta mesma freguesia, quer em propriedades rústicas quer em padroados.

O topónimo Paços (já antigo no Séc. XIII, “in Palaccis”) deixa entrever a antiguidade das possessões da estirpe dessa prócer –a dos Guedeãos – nesta freguesia, e alude às mansões locais da mesma a às terras anexas, ou “quintãs”. Estas eram, nos meados do Séc. XIII (e, decerto, já antes), nada menos de três com seus “paços”, e situadas todas na “villa” ou lugar do Crasto – de onde se manifesta que, no local dos Paços deviam ter existido moradas e terras nobres (provavelmente da própria estirpe) anteriores às do Castro, mas que nos meados do Séc. III, desde antes, estavam na posse das antiquíssimas igrejas de S. Gens (de Montelongo) e de St.ª Maria de Antime, de que Guedeãos foram muito devotos.

De facto estas igrejas eram de padroados dos ditos Guedeãos (senhores em Ribeiros), que nas respectivas paróquias possuíam vastos haveres, de que doaram partes vultuosíssimos às ditas suas igrejas (por exemplo nada menos de uns quarenta casais, na paróquia de S. Gens, esta igreja); pelo que poucas dúvidas deve haver de que os bens dos Guedeãos na “villa” dos Paços, na freguesia dos Ribeiros, são os possuídos, nos  Sécs. XII e XIII, pelas ditas igrejas de S. Gens e de Antime.

O conceito de “igrejas próprias” explica bastantemente o dote destes templos pelos Guedeãos, de que eram “próprios”. Depois de D. Gueda Mendes, o principal senhor da “quintã” dos Ribeiros foi seu neto D. Gomes Mendes, que já no Séc. XIV era considerado o primeiro dos Guedeãos, mas erradamente (por confusões e ignorância dos linhagistas, porque o primeiro dos Guedeãos, quando o não fosse seu avô D. Gueda, foi-o, por certo seu pai (filho deste) D. Mem Guedes. O termo Guedeão (que, de comum, a ignorância total leva a escrever Gedeão – embora às vezes, Gueda apareça erradamente, escrito Geda – Como se houvesse alguma relação com o chefe ou nome hebreu) é precisamente o aumentativo “nobiliário” do tipo de Sousão, Ledrão, Ramirão, Braganção, etc. D. Mem Guedes sucedeu pois a D. Gueda Guêdaz, em Ribeiros, pela certa (e talvez aqui também houvesse com ele, herdade seu irmão D. Hero Guêdaz); e, na segunda metade do Séc. XII, é senhor da “quintã” D. Gomes Mendes “Guedeão”, bem como de pelo menos parte da Igreja local (de Sta. Maria).

O seu sucessor na dita “quintã” e igreja é o seu filho D. Gueda Gomes “Guedeão”, que as Inquirições, de 1258, falando-lhe dos filhos e netos, chamam somente D. Gueda (como os nobiliários medievais a seu bisavô paterno). Na primeira metade do Séc. XIII, tinham, por isto, vastos haveres em Ribeiros os cavaleiros fidalgos Martim Gomes (que não deve ser o filho de D. Gomes “Correia”, mas talvez um de D. Gomes “Guedeão não referido nas linhagens).

Múnio Guêdaz (cujos filhos e netos eram aqui senhores nos meados dos Séc. XIII, pelo que ele, provavelmente, é filho de D. Gueda Mendes "Guedeão",“embora os mesmos linhagistas o não tragam) e Mem Guêdaz que é, pela certa, o principal filho do referido D. Guedes Gomes “Guedeão” e, pois, o segundo do nome (estirpe), entre outros. Como seria de esperar, estes filhos de algo não deixariam de ajuntar aos haveres próprios dos Ribeiros, outros usurpados à coroa; e assim, o cavaleiro fidalgo Mem Perez, comprando parte de uma herdade de cavaleiros vilãos, honrou-a, deixando de pagar à coroa a respectiva fossadeira (uma vara de bragal que a Fazenda Pública perdia todos os anos por isso; o dito Martins Gomes fez idêntica compra noutra herdade da mesma categoria (e a coroa, por isso perdia anualmente duas varas e meia de bragal, de fossadeira); o mesmo, com Mem Guêdaz, comprou parte de outro prédio afossadeirado (e o rei perdia todos os anos três varas de bragal menos quarta). Nos meados do Séc. XIII, sete dos dez casais de Castro e as três “quintãs” nobres deste lugar eram dos filhos e netos de D. Múnio Guêdaz (entre aqueles, D. Loba Moniz de “Fornelos”, que tinha “quintâ” também em Fornelos freguesia vizinha); e tudo havia aí sido deles, mas um casal haviam-no doado a Sta. Maria de Antime e dois casais à Ordem do Templo.

O dito D. Múnio Guêdaz, porém, ainda vivia em 1220 (decerto muito muito idoso), pois trazia no sítio do Heroso várias vinhas reguengas. Quanto aos haveres das “ordens” em Ribeiros, eram as seguintes: em 1220 e em 1258; a igreja local (de Sta. Maria) possuía várias leiras e três casais (em 1258, porém, dois, no sítio de Rial); o mosteiro de Refóios (de Basto) tinha dois casais (em 1258, no entanto, não se referem)¸a igreja de S. Gens possuía sete (o que era também em 1258, assim distribuídos: um em Paços, três em vila Meã, um no Castro e dois em Verrance), à igreja de Antime tinha 1220 só meio casal, mas em 1258 possuía dois: um em Paços e outro em Vila Meã; a ordem do Templo tinha dois em 1258 (mas m 1220 não se fala deles).

Além destas propriedades nobres, havia os casais dos herdadores (cavaleiros-vilãos); e, completando o estado de propriedade nos Ribeiros no Séc. XII, se não existiam casais reguengos, havia diversas leiras reguengas (por exemplo, nos sítios de Lata, Cães, Campo de Gilvira, em 1220, ou Campo de Elvira; 1258 – formas que provam a equivalência dos nomes Elvira e Gelvira-etc). No lugar de Recovelas (topónimo medieval de sentido topográfico), havia, nos meados do Séc. XIII dois casais que eram filhos do já referido filho de algo Mem Peres, que traziam honrados (mas não de calúnia pois peitavam a voz-e-coima).

Na freguesia havia então 26 casais de fidalgos e ordens, sendo os outros de herdadores que, em 1220, pagavam fossadeira colectiva (de cinco bragais e cinco côvados), o que mostra que o povoamento se havia feito em cavaleiros-colónia, decerto antes da nacionalidade. Outros encargos dos herdadores eram a entroviscada, e serviços no castelo (de Montelongo) e a voz-e-coima.

Como vimos concluímos que o padroado da igreja de Sta. Maria era na Alta Idade Média da estirpe dos Quedeãos (em 1258, os filhos e netos de D. Gueda, e 2º de nome), dos governadores dela e dos herdadores da freguesia.

Recorrendo ao documento histórico diz ainda “talvez neste templo existisse uma colegiada (“sobrenatures”) nesta época cujos membros viveriam em comunidade”. Em data posterior transitou para as irmãs franciscanas do mosteiro de Sta. Clara de Guimarães.

De referir que a coroa, pelas inquirições de 1220 e 1258 não recebia desta igreja qualquer foro. No entanto assinale-se que a sua igreja pagava de direitos: “de dadiva dous moyos por bragal e calendayro nove soldos; os vodos; a terça das morturas; a dizima das searas que daram antre pam e vinho cinquo moyos paga por este tres maravidas; paga de visitaçom trinta soldos”. E vinha citada nas várias Inquirições, nas de 1220, “De Sancta Maria de Ribeiros” (termo de Montelongo); em 1258, “Inquisitio (…) ecclesie Sancte Maria de Riparris” (julgado de Montelongo); em 1320, “Ecclesia Sancte Marie de Ribeiras ad quinquaginta libras” (termo de Montelongo), em 1371, “Ecclesia Sancte Marie de Ribeyros in primo triennio XX sólidos”. Tempo como orago desde inicio Sta. Maria.

As franciscanas do Mosteiro de Sta. Clara de Guimarães apresentavam o vigário que recebia 30$000 réis de côngrua e o pé-de-altar, tendo passado mais tarde a reitoria.

Aparece 1832 como pertencente à comarca de Guimarães, e partir de 1874, na de Fafe, tendo sido anteriormente cabeça de julgado medieval e pertenceu à chamada Riba de Vizela. A partir de 31-XII-1853 ficou integrada no concelho de Fafe. Teve também julgado de paz.

(…)

Fazem parte desta freguesia os seguintes lugares; Assento, Barranca, Casal, Castermo, Cimo ou Cima de Vila, Castro ou Crasto, Crasto de Cima, Deirão (Durão ou Leirão), Falcão, Felgueira, Herdade, Outeiro, Passos, Pena de Galo, Pinheiro, Ponte, Ponte do Vale, Portela, Portela de Arca, Real, Recouco, Recovelas, Redondelo, Ribeira, Ribeiro de Cima, Ribeiros, Sampaio, Torre, Veiga e Verão.

 - Texto de A. Lopes de Oliveira, in “Fafe e o seu concelho”, Edição da Câmara Municipal de Fafe, pág. 95 a 98.